segunda-feira, 27 de março de 2023

OCUPAÇÃO NÃO É INVASÃO * Carol Proner/ABJD

 *OCUPAÇÃO NÃO É INVASÃO* 

*Carol Proner - UFRJ/ABJD/Grupo Prerrogativas* 

Para tratar de tema tão sensível, e em homenagem às crianças que vivem em acampamentos e assentamentos por todo o país e que lutam, junto de suas famílias, pela terra e por condições dignas de vida e de trabalho, em homenagem às mulheres do campo e o direito a semear, plantar, colher e produzir, em homenagem aos homens camponeses do Brasil e sua força de trabalho em prol de uma sociedade livre da miséria e da fome e em direção à agroecologia, façamos um trato contra a ignorância e a estupidez em matéria de direito à terra.

 

*Ocupação não é o mesmo que invasão.* A Constituição Federal de 1988 define o conceito de uso social da terra e os critérios para que seja legítimo, que não degrade o meio ambiente, que não se faça por meio de trabalho escravo ou análogo e que seja produtiva. A ocupação de terras tem sido historicamente a forma pela qual os movimentos camponeses chamam a atenção para este compromisso de direitos fundamentais e da necessidade de que a propriedade venha acompanhada de uma função social. Confundir os dois conceitos propositalmente é uma forma de negar a luta pela terra e os legítimos sujeitos de direito, assim reconhecidos pela Declaração da ONU sobre Direitos dos Camponeses. 

 

*A ocupação pode ser uma forma legítima de fazer pressão e chamar atenção para o descaso com a Reforma Agrária*. As ocupações que aconteceram no sul da Bahia, nas terras da Suzano, maior empresa de celulose do mundo, trouxe ao conhecimento da sociedade um acordo descumprido desde 2011 entre a empresa e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), termo mediado pelo INCRA e que afeta direitos de 750 famílias que aguardam há 12 anos pela cessão das terras. Trazer luz para o caso concreto e também para a desativação das instituições de regulamentação fundiária é parte do papel das ocupações.

 

*As ocupações podem ser uma forma legítima de rediscutir o sentido social da terra*. Também o caso da Suzano, já em processo de renegociação, revela aspectos da produtividade da monocultura que devem ser objeto de rediscussão pela sociedade brasileira e pelos órgãos de controle e financiamento público. É o caso da monocultura do eucalipto, cultivo incrementado com o uso de agrotóxicos aplicados inclusive por meio da pulverização aérea, o que gera efeitos indiscriminados de envenenamento. 

 

*Eis a razão pela qual florestas de eucalipto são chamadas “desertos verdes”*. Essa foi uma expressão que surgiu no debate a respeito da legitimidade das ocupações. Para que o eucalipto prospere, a mata nativa precisa sair do lugar, acarretando produção de uma só cultura utilizada para desenvolver a indústria moveleira e de celulose. Só a empresa Suzano cultiva 3 milhões de hectares de eucalipto, o que forçosamente acarreta brusca redução da biodiversidade no território do sul da Bahia. Ao mesmo tempo, a cadeia de fauna e flora fica reduzida a uma única espécie exógena, uma vez que o eucalipto não é arvore nativa brasileira e, para agravar o problema específico do agronegócio associado à indústria de celulose, tanto a forma de cultivo como as substâncias utilizadas para intensificar a produção desgastam o solo e comprometem a recuperação de futuras florestas nativas. Existem soluções para aplacar efeitos nocivos, saídas da ciência e da tecnologia, mas diante dos efeitos devastadores e da imposição acrítica do agronegócio como única saída econômica, as ocupações de luta pela terra cumprem o papel de denunciar e despertar a reflexão da sociedade a respeito dos meios e métodos produtivos predominantes incentivados (por renuncias fiscais ou financiamento) diante da realidade de 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil.

 

*Em meio ao debate, cresce o entendimento do que seja Reforma Agrária Agroecológica*. Os movimentos pela terra, o MST em particular, têm defendido que a luta histórica pela Reforma Agrária seja substituída pela Reforma Agrária Agroecológica, compreendida nas dimensões da produção do alimento saudável e sustentável para toda a sociedade brasileira, isso em contraposição ao agronegócio. O debate inclui, além do acesso à terra como um direito humano, também a produção de alimentos salubres e livres de agrotóxicos, a defesa das formas de vida e trabalho no campo, o papel da mulher camponesa, a forma de organização em cooperativas da agroecologia, a riqueza da (bio)diversidade alimentar, a soberania alimentar, o combate à fome e tantos outros conceitos e efeitos de um debate responsável e consequente. 

 

*O que esperar do temido Abril Vermelho?* É notável a desinformação provocada por setores da imprensa e meios especializados que repercutem intolerância e preconceito contra camponeses e suas lutas. Mesmo involuntariamente, a desinformação estimula promessas de violência, atos potencialmente criminosos cogitados por fazendeiros com respeito ao uso de armas de fogo contra militantes. 

 

No histórico mês de mobilização pela Reforma Agrária, conhecido como *Abril Vermelho em memória do Massacre de Eldorado dos Carajás*, o MST atualiza as pautas de luta em 2023: repúdio aos agrotóxicos, fim do desmatamento, oposição à aprovação do novo Código Florestal em trâmite na Câmara dos Deputados e reconstituição dos canais estatais (Incra e outros) para finalmente viabilizar o assentamento de mais de 100 mil famílias que aguardam pelo acesso à terra. 

 

Conhecer o contexto dos enfrentamento e das ocupações é condição elementar de respeito à luta dos trabalhadores rurais do país, além de ser um dever legal e uma oportunidade de estimular a produção de alimentos saudáveis como alternativa ao envenenamento cotidiano ao qual estamos submetidos. 

 

*Carol Proner é Doutora em Direito, Membro da ABJD e do Grupo Prerrogativas.

https://www.brasil247.com/blog/ocupacao-nao-e-invasao?amp

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quinta-feira, 23 de março de 2023

TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE * Jornal do Bairro/RJ

TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE
DIREITO DE TODOS DEVER DO ESTADO

quarta-feira, 22 de março de 2023

ÁGUA NÃO É MERCADORIA * JORNAL DO BAIRRO/RJ

ÁGUA NÃO É MERCADORIA
JORNAL DO BAIRRO

TEXTO: AGÊNCIA BRASIL

O Cerrado pode perder 33,9% dos fluxos dos rios até 2050, caso o ritmo da exploração agropecuária permaneça com os níveis atuais. Diante da situação, autoridades e especialistas devem dedicar a mesma atenção que reservam à Amazônia, uma vez que um bioma inexiste sem o outro. O alerta para situação é do fundador e diretor executivo do Instituto Cerrados, Yuri Botelho Salmona. Nesta terça-feira (22), é celebrado o Dia Mundial da Água, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Salmona mensurou o efeito da apropriação da terra para monoculturas e pasto, que resultou em artigo publicado na revista científica internacional Sustainability. A pesquisa contou com o apoio do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

Ao todo, foram analisadas 81 bacias hidrográficas do Cerrado, no período entre 1985 e 2022. Segundo o levantamento, a diminuição da vazão foi constatada em 88% delas em virtude do avanço da agropecuária.

A pesquisa indica que o cultivo de soja, milho e algodão, assim como a pecuária, têm influenciado o ciclo hidrológico. O estudo também evidencia que mudanças do uso do solo provocam a redução da água em 56% dos casos. O restante (44%) está associado a mudanças climáticas.

"Quando eu falo de mudança de uso de solo, a gente está, no final das contas, falando de desmatamento e o que você coloca em cima, depois que você desmata", disse Saloma, em entrevista à Agência Brasil. Segundo o pesquisador, o oeste da Bahia é um dos locais onde o cenário tem mais se agravado.

Quanto às consequências climáticas, o pesquisador explica que se acentua a chamada evapotranspiração potencial. Salmona explicou ainda que esse é o estudo com maior amplitude já realizado sobre os rios do Cerrado.

"O que está aumentando é a radiação solar. Está ficando mais quente. Você tem mais incidência, está ficando mais quente e você tem maior evaporação do vapor, da água, e é aí em que a mudança climática está atuando, muito claramente, de forma generalizada, no Cerrado. Em algumas regiões, mais fortes, como o Maranhão, Piauí e o oeste da Bahia, mas é geral", detalhou.

Chuvas

Outro fator que tem sofrido alterações é o padrão de chuvas. Conforme enfatizou Salmona, o que se observa não é necessariamente um menor nível pluviométrico.

"A gente viu que lugares onde está chovendo menos não é a regra, é a exceção. O que está acontecendo muito é a diminuição dos períodos de chuva. O mesmo volume de água que antes caía em quatro, cinco meses está caindo em dois, três. Com isso, você tem uma menor capacidade de filtrar essa água para um solo profundo e ele ficar disponível em um período seco", comentou.

Uma das razões que explica o efeito de reação em cadeia ao se desmatar o cerrado está no fato de que a vegetação do bioma tem raízes que se parecem com buchas de banho, ou seja, capazes de armazenar água. É isso que permite, nos meses de estiagem, que a água retida no solo vaze pelos rios. Segundo o pesquisador, em torno de 80% a 90% da água dos rios do bioma tem como origem a água subterrânea.


BOLIVIA, LA GUERRA DEL AGUA

Carlos Pronzato

MORTE E VIDA DAS CIDADES * Alexandre Santos - PE

MORTE E VIDA DAS CIDADES
Alexandre Santos - PE


As cidades têm vida e esta vida se traduz através dos movimentos que nelas ocorrem, notabilizando pessoas e locais de cultura. 

Inversamente, a movimentação destes locais de cultura traduz a vida das cidades, estabelecendo uma relação na qual causa e efeito cambiam posições, deixando claro que a morte das cidades significa a morte dos locais de cultura e, na visada inversa, [que] a morte dos locais de cultura significa a morte das cidades. 

Assim, da mesma forma que gera vida, quando morre um local de cultura - seja um parque de exposições, uma galeria de arte, uma livraria, uma biblioteca, um museu, um restaurante, um bar, um teatro, um cinema -, também morre um pouco da cidade que o abriga. Por isso, os locais de cultura devem ser preservados e merecer todo o cuidado das autoridades. Afinal de contas, são eles que dão vida às cidades.

 Atualmente, pedaços do Recife estão morrendo e, dos locais-moribundos, talvez o mais popular seja o Cinema São Luiz - casa com sete décadas de história que, agora, por absoluto descaso do governo de Pernambuco, está com as portas fechadas. Não parece crível que as autoridades da Secretaria Estadual de Cultura e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) queiram, deliberadamente, matar um dos principais locais de cultura do Recife e de Pernambuco - e, com isso, [matar] um pedaço da capital do Estado. 

Longe de acreditar que as autoridades estaduais estejam orientadas pelo obscurantismo assassino da cultura e da história do Recife, a comunidade cultural do Estado prefere acreditar que o aparente abandono do São Luiz seja uma espécie de ‘freio-de-arrumação’ preparatório de um impulso salvador. 

No fundo, a comunidade cultural espera que o governo estadual recue de qualquer ideia destrutiva e, evitando ser cúmplice dos crimes que matam as cidades, se empenhe na restauração do Cinema São Luiz, recompondo equipe, restaurando mobiliários e modernizando equipamentos, dando, enfim, motivos para que todos acreditem na sinceridade das suas palavras quando se diz preocupado com o futuro do Estado.


Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br
A programação do Canal Arte Agora é exibida no endereço www.youtube.com/c/ArteAgora.
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quinta-feira, 16 de março de 2023

terça-feira, 7 de março de 2023

ÁGUA NÃO É MERCADORIA * Luiz Mario/Petroleiros.RJ

ÁGUA NÃO É MERCADORIA

O Núcleo Socialista Sepetibano recebeu o companheiro diretor Joao Xavier do Sintissama RJ na praca Oscar Rossim em Sepetiba as 10h da manha deste dia 5 de marco de 2023 para palestrar sobre a tematica da água e saneamento, trouxe carta aberta p distribuirmos, a palestra durou cerca de 30 min mais esclarecimentos, assistam aos 2 videos. O petroleiro Luiz Mario trouxe revistas da Aepet sobre a Petrobrás e panfletos, a companheira Eliane trouxe o café da manha e uma muda de jaqueira para plantio na praça, compareceram também Marcia Raphael e Thiago Cruz.

Vejam as fotos abaixo e leiam a carta aberta e o panfleto.

Luiz Mario/Petroleiros.RJ

sábado, 4 de março de 2023

MINHA CASA MINHA VIDA PARA TODOS * JORNAL DO BAIRRO/RJ

MINHA CASA MINHA VIDA PARA TODOS

O maior programa de habitação popular está atualizado e abraçando ainda mais famílias!

No novo Minha Casa, Minha Vida serão priorizadas famílias em situação de rua ou em vulnerabilidade, famílias que tem mulheres como chefe, PCD's e com crianças e adolescentes.

E TEM MAIS. Novas faixas de atendimento rural e urbano!


Para atendimento e informações procure uma agência da Caixa Econômica mais próxima de você.

Saiba mais em: https://www.gov.br/cidades/pt-br/assuntos/materias/programa-minha-casa-minha-vida


Brasil: União e Reconstrução é com casa pra chamar de SUA! 

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sexta-feira, 3 de março de 2023

MINHA CASA MINHA VIDA LEVANTA A CONSTRUÇÃO CIVIL * Renata Schmidt

MINHA CASA MINHA VIDA ATRAI A CONSTRUÇÃO CIVIL
Renata Schmidt

O programa Minha Casa Minha Vida retomará as operações nesta semana. Com isso, provavelmente possibilitará a conquista do imóvel 100% gratuito através do benefício para milhares de brasileiros.

O mercado abraça a ideia de que o atual preço das ações de certas construtoras chegará a valer o investimento e o risco, quem sabe, até dobrar o valor em 2023. Isso tudo por causa do anúncio que o Governo Federal fez sobre as atividades do programa de assistência à aquisição da casa própria.

A ideia de que o programa Minha Casa Minha Vida oferecerá um imóvel 100% gratuito se dá por conta do percentual de financiamento de acordo com a faixa em que os cidadãos se encontram.
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É HORA DE MÃOS À OBRA!

O governo federal lançou a plataforma "Mãos à Obra" para mapear todas as obras paradas pelo Brasil e ampliar o projeto de União e Reconstrução.
A iniciativa além de gerar empregos, vai melhorar a vida de quem mais precisa, com escolas, creches e unidades de saúde.
_Brasil, União e Reconstrução é com acesso e dignidade para todas as pessoas!
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A princípio, o programa contemplará as famílias que residem nas áreas rurais e urbanas que tenham renda bruta de, no máximo, R$ 8 mil por mês (até 6 salários aproximadamente). Mas, a prioridade ficará com a população considerada baixa renda.

A principal alteração é a retomada da Faixa 1, agora dedicada para as famílias com renda bruta de, no máximo, R$ 2.640,00. Antes, a renda exigida para a faixa não podia ultrapassar R$ 1.800,00.

Minha Casa Minha Vida ajudará na aquisição de imóvel

A maior parte dos cidadãos deve se enquadrar na Faixa 1. De acordo com informações do governo, cerca de 50% das unidades subsidiadas e financiadas provavelmente serão destinadas para esse público. Sem contar que haverá o financiamento de 85% até 95% do preço da residência na faixa com menor preço.

Assim, as outras faixas urbanas serão para aqueles que possuírem renda bruta familiar mensal de R$ 2.640,01 até R$ 4.400. Já na Faixa 3, a renda variará de R$ 4.400,01 até R$ 8 mil. O governo intenciona a realização, até 2026, 2 milhões de obras concluídas. Entre os anos de 2009 até 2019, o programa Minha Casa Minha Vida beneficiou aproximadamente 5,5 milhões de famílias.

Quais as empresas também se beneficiarão com o programa?

O mercado apontou para tempos de otimismo em se tratando do aumento de demandas das construtoras. Fora os 2 milhões de obras concluídas no período de quatro anos, a questão de o programa inserir mais famílias dentro da Faixa 1, com mais benefícios, acaba facilitando o acesso de moradores.

Empresas como Plano & Plano, MRV e Tenda estão entre as empresas beneficiadas com o Minha Casa Minha Vida, de acordo com analistas do mercado. Ademais, outra empresa que está listada e que provavelmente se beneficiará é a Lojas Quero-Quero.

Quais os riscos?

Empresas que determinam meta de preço para suas ações não calcularam ainda o lucro em potencial que o programa poderá gerar no mercado. Isso porque não está claro ainda de onde sairão os recursos precisos para os subsídios que exigirá a ampliação da Faixa 1.

Outra questão problemática são os atrasos que possivelmente podem ocorrer nas transferências dos valores quando uma das partes que estão envolvidas no negócio é o governo.

Ademais, é importante ressaltar que cada uma das empresas possui características, estratégias e gestão diferentes. Algumas delas até atuam em demais segmentos do mercado.

Por conta disso, as avaliações dos investidores devem considerar os amplos fatores, bem como os impactos do programa Minha Casa Minha Vida, além dos próprios fundamentos da empresa. Dessa forma, será possível estabelecer quais os Critérios.
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BOLSA FAMÍLIA
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