sábado, 24 de dezembro de 2022

SOBRE A MORTE LENTA DO NOSSO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO * Wladimir Tadeu Baptista Soares . RJ

 SOBRE A MORTE LENTA DO NOSSO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO 


Existia um hospital 

Que era universitário 

E servia para formar formar muita gente na área da saúde. 

Era um hospital com emergência aberta 24 horas e que atendia a todos os Princípios Constitucionais do SUS.

Acolhedor e humano,

Era referência de bom atendimento e de respeito ao sofrimento de todo ser humano. 

O seu quadro de pessoal era formado por servidores públicos estatutários, concursados e estáveis, compromissados com a boa prestação do serviço público de saúde a todos que a ele recorria.

Infelizmente, um dia, reitores inconsequentes 

Jogaram esse hospital nas mãos de um monstro chamado EBSERH:

uma empresa brasileira de serviços hospitalares,

Com personalidade jurídica de direito privado,

Que nega os Princípios e os fundamentos do SUS.

O hospital, antes universitário e sob a gestão de uma Universidade Pública Federal, passou, da noite para o dia, a ser um hospital empresarial, predominantemente assistencial e sem qualquer compromisso com a formação acadêmica dos estudantes das áreas da saúde, tornando-se um hospital de portas fechadas, ignorando o interesse público e funcionando sob uma lógica de direito privado, em que o lucro não é mais social, mas sim econômico. 

O seu quadro de pessoal é formado por empregados públicos celetistas, não estáveis, sem perfil acadêmico e aprovados em um concurso público sem a participação da Universidade na sua organização. 

Essa "publicização" (ao deixar de ser regido pelo regime jurídico administrativo de direito público e passado a ser regido pelo regime jurídico administrativo de direito privado) imposta àquele nosso antigo Hospital Universitário só trouxe prejuízos para os estudantes, trabalhadores e população, não trazendo nada de bom para nenhum deles.

A formação médica está precarizada, a sociedade pouco assistida e os trabalhadores sem autonomia para o exercício do seu ofício.

Essa morte lenta imposta ao hospital universitário precisa ser interrompida, sendo o remédio para que isso aconteça é o retorno desse hospital para a sua   respectiva universidade pública federal, resgatando a sua gestão pública a ser exercida sob o regime jurídico de direito público, respeitando todos os princípios Constitucionais norteados do SUS e afirmando o regime jurídico único como aquele que deve reger os seus trabalhadores (servidores públicos estatutários).

Assim, aquele governo que criou essa aberração chamada EBSERH e aquele Congresso Nacional que autorizou a sua criação devem, agora, reconhecer o grave erro que cometeram no passado e extinguir essa empresa, que jamais deveria ter sido criada, de modo a salvar a vida daquele nosso tão necessário e imprescindível hospital público federal universitário,

Que hoje mal respira por aparelhos.

É o que esperamos do próximo governo.


Wladimir Tadeu Baptista Soares 

Cambuci/Niterói - RJ

Nordestino wladuff.huap@gmail.com 

*

CANADÁ NÃO TEM SUS